Ora, este foi um cartaz - com duas variantes - que eu fiz para um protesto após uma lei que garantia a autodeterminação de pessoas trans ter sido vedada pelo nosso presidente, Marcelo. Ela acabou por passar, mas com modificações que a tornam um pouco menos adequada que a original e, em todo o caso, esse veto afeta drasticamente a vida de pessoas trans. Atualmente, a lei permite que maiores de 18 anos podem mudar o seu género no registo sem se sujeitarem a aprovação médica nem terem de fazer qualquer tipo de transição física, e maiores de 16 podem fazê-lo com autorização dos pais. Também tem algumas indicações para proteção de crianças intersexo. Still, a lei não comporta como proteger em concreto pessoas intersexo, não permite que alguém se registe como não-binárie, não inclui imigrantes nem uma série de pessoas... Basicamente, a lei é ideal para um número reduzido de pessoas trans e exclui muitas mais do que aquelas que inclui. Umas têm tudo, as outras não têm nada.

O desenho foi inteiramente digital, e até gostei, para algo que fiz numa única tarde. É suposto retratar uma homem trans (daí o coração azul, e sim apoiei-me em noção tradicionais de masculinidade e feminilidade) a ter o seu cérebro atravessado por uma bala cor de rosa que é a palavra Marcelo, simbolizando o nosso presidente a obrigar a pessoa a continuar a apresentar-se como sendo do género que lhe foi atribuído à nascença.